Junta de Freguesia de Lavegadas Junta de Freguesia de Lavegadas

Heráldica

Parecer da Comissão de Heráldica dos Arqueólogos Portugueses:

Brasão: escudo verde, uma ponte de quatro arcos de prata, lavrada de negro, firmada dos flancos e movente de uma campanha ondada de prata e azul; em chefe, um dólmen de prata entre duas açucenas de ouro sustidas no mesmo. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: “LAVEGADAS”.

Bandeira: branca. Cordão e borlas de prata e verde. Haste e laça de ouro.

Selo: nos termos da Lei, com a legenda: “Junta de Freguesia de Lavegadas – Vila Nova de Poiares”.

 


A presença da Freguesia como comunidade regista-se com um dólmen megalítico no alto de São Pedro Dias, classificado como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto-Lei n.º 29/90, de 17/07. Em 1959, o Professor Doutor João de Castro Nunes efetuou as primeiras investigações arqueológicas na necrópole dolménica e de 26 de agosto a 20 de setembro de 1978 foram realizadas escavações. De acordo com A. Tavares (1980), é já de uma fase avançada de megalitismo, não devendo colocar-se antes do III milénio. Infelizmente, o monumento foi violado no lugar da câmara e da galeria, o que permitiu a impossibilidade de delimitar a sua forma.

 

Destaca-se igualmente na Freguesia a presença de uma obra gótica, do reinado de D. Dinis, edificada no Século XIII, por volta de 1298: a Ponte de Mucela, que se encontra ao quilómetro 36,8 da Estrada Nacional n.º 17. É das mais importantes construções deste tipo, já que foi edificada para passagem sobre o Rio Alva, uma vez que sempre se sentiu necessidade de atravessar o rio em segurança e durante todo o ano. De acordo com I. Neves (2022), a presença de alguns silhares almofada, reutilizados na ponte, atesta a presença de romanos na zona e a importância estratégica na passagem deste rio. Sofreu, ao longo dos séculos, várias obras de conservação, das quais se destacam as realizadas no Século XVI, ao tempo do Cardeal D. Henrique, e as efetuadas em 1833, em virtude do corte de um dos arcos, durante a Guerra Peninsular, para impedir a retirada das tropas da terceira invasão francesa, sob comando de André Massena (1756-1817), nomeado por Napoleão Bonaparte em 1810 para Comandante do Exército de Portugal.


O Rio Alva, que nasce na Serra da Estrela, é um baluarte da nossa imagem social e, historicamente, deu vida a inúmeras moendas e lagares, rodas de tirar água para os terrenos confinantes, atividades piscatórias e, ainda, ligas ao linho.

 

Já as duas açucenas, plantas bolbosas com flores que pertencem à mesma família dos lírios, representam São José, uma vez que, quer as pinturas, quer as pagelas que representavam o santo, mostravam uma vara de açucena florida que lhe servia de bordão a significar a altivez, a elegância, a graça e a dignidade do pai adotivo de Jesus, bem como a sua pureza. Os arbustos desta flor eram representados frequentemente em frescos e pinturas cristãs como símbolo de pureza e castidade e, por isso, em algumas tradições, é também associada à Virgem Maria.

A origem eclesiástica influenciou profundamente as Freguesias e a Freguesia de São José das Lavegadas não foi exceção. A esmagadora maioria é de origem religiosa. Só no Século XIV lhes foram conferidas atribuições próprias de pessoas coletivas. O dia que se venera na Freguesia como sendo o seu feriado é, pois, o dia 19 de março, dia do pai e dia de São José. 

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